Bem
sei que o nosso título nos remete às redações dos anos iniciais do
ensino fundamental, mas eu pretendo falar apenas do sujeito - A
professora de matemática.
Sinceramente, eu não imaginava quem seria meu primeiro sujeito,
muito menos sobre qual núcleo seria o primeiro texto. Mas ela, a professora, chegou em
minha sala de trabalho e, durante os vinte ou trinta minutos em que
esteve falando baixo e rouco, me convenci de que deveria ser
considerada, mesmo não fazendo parte de um dos núcleos da moda -
políticos, atletas, artistas ou grupos e associações em movimentos
reinvidicatórios ou revolucionários.
Não
pedi permissão para publicar seu nome, mas creio que não haverá
exposição em dar suas caracteristicas: 46 anos - muito moça ainda.
Magra, sem nenhuma ostentação de vaidade: jeans, sapatilha, baby look,
cabelo loiro natural amarrado em rabo de cavalo e uma bolsa azul enorme.
Queria
aposentar-se. Com pouquíssimas palavras procurou sobre seus direitos e
tempo de serviço e, por nada, chorou pedindo desculpas: "estou
deprimida, estou doente...". A conversa não era comigo, mas confesso que
quase chorei junto.
Contou-nos
que fazia jornada tripla, sem acrescentar os cuidados da casa, filhos e
marido. E eu me perguntei "por que trabalhar tanto?" - E eu me respondi
mil respostas.
Sujeito: a professora de matemática.
Núcleo do sujeito: professor(a).
Núcleos afins: sociedade em geral.
Nada
a ver com valores ou valorização da classe. Os pontos de debate são
incontáveis, mas o que me intriga hoje são as atribuições dadas ao
professor.
Realizem: final de semana de "festa junina" e lá vou eu ver meu sobrinho dançar quadrilha - Os professores (maioria das vezes 'professoras') e demais funcionários da escola, que trabalharam a semana inteira atendendo a trocentos
alunos, preparando lições, atividades, provas, etc, etc, etc... estão de
volta, fora do horário de trabalho, devidamente caracterizados para o
evento, arrastando suas turmas para uma apresentação ensaiada
exaustivamente, para espectadores totalmente desatentos.
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Qual é a verdadeira competência do professor?
Qual é a verdadeira competência do professor?
É, de fato, papel da escola promover entretenimento e/ou adentrar em outras áreas que dizem respeito a princípios e particularidades do núcleo familiar?
Qualquer pessoa pode amar a sua profissão e dedicar-se a ela com todo o seu tempo e sua energia, mas que não vá além da sua competência.
Se sou professora de matemática terei o maior prazer em ensinar matemática e ver o progresso dos alunos... o resto é silêncio.
Tomar a liberdade de fazer o primeiro comentário.
ResponderExcluirPertinente. Seria muito importante uma discussão séria sobre o assunto. Os casos de professores esgotados, sobrecarregado são muitos.
Boa tarde, Jonas!
ExcluirBom seria se essas discussões acontecessem e contribuissem para o "bem geral da nação".
Obrigada por visitar, ler e comentar.
Com certeza esse tema deve ser discutido para avançarmos em todo o processo educativo. É lamentável termos que trabalhar os três turnos para podermos ter uma vida digna. E tudo é um círculo. Professores esgotados e sobrecarregados não deveria ser a regra do nosso sistema.
ExcluirCom certeza esse tema deve ser discutido para avançarmos em todo o processo educativo. É lamentável termos que trabalhar os três turnos para podermos ter uma vida digna. E tudo é um círculo. Professores esgotados e sobrecarregados não deveria ser a regra do nosso sistema.
ExcluirCom certeza esse tema deve ser discutido para avançarmos em todo o processo educativo. É lamentável termos que trabalhar os três turnos para podermos ter uma vida digna. E tudo é um círculo. Professores esgotados e sobrecarregados não deveria ser a regra do nosso sistema.
ExcluirTem razão, Lídia. E o que mais me intriga (conforme mencionei no texto) são as responsabilidades terceirizadas e o trabalho que se estende para além do expediente e do compromisso profissional. Creio que esse sistema tem sua origem nas campanhas eleitoreiras.
ExcluirObrigada por comentar.
Beijos.
Primeiro parabenizar esse "sujeito" que criou esse blog. Encantada...
ResponderExcluirAs discussões são urgentes, cada vez mais professores adoecendo: a síndrome de Burnout - a doença do esgotamento profissional. Fico triste por saber que tais discussões não são realizadas no âmbito escolar. É necessário uma reformulação do sistema educacional.
Uau, Suzanne!!! Encantada estou eu por ter você como leitora e comentarista. Obrigada por prestigiar. Se não for muita pretensão, espero que minhas humildes escritas possam servir melhorar um pouquinho o sistema.
ExcluirBeijo.