quinta-feira, 3 de novembro de 2016

Novas e valiosas dicas sobre nosso maior patrimônio - fala e escrita


Pequena amostra de livros que compõem o acervo da biblioteca do Prof.Ms. Aldo

 ...Então, voltemos às palavras (ai, palavras...)


Mais uma vez os frequentadores deste Núcleo ganharam um belo presente.
Para os que já sabem, para aqueles que precisam e/ou querem saber, para os que ainda não sabem... sejam dicas ou aula, são caras e raras. Copiem e colem, mas os créditos são dele: Prof. Ms Aldo Paula de Oliveira.

A onipresença das palavras 

 
Prof. Ms. Aldo Paula de Oliveira

O lutador
Lutar com palavras
é a luta mais vã.
Entanto lutamos
mal rompe a manhã.
(C. Drummond)


Polônio: Que é que o meu príncipe está lendo?
Hamlet: Palavras, palavras, palavras…
(Hamlet – Shakespeare)

Drummond e Shakespeare têm razão, pois as palavras estão grudadas em nós de maneira tão absoluta que delas não escapamos em nenhum momento. Imagine a possibilidade de viver sem elas: como relacionar-se, criar, fazer piada, fazer ciência, adorar a Deus, de não adorar nenhum deus? É certo que não fazer nada disso sem o seu concurso. Diz-se que nem pensar seria possível sem o auxílio das palavras. Então, se isso é verdade, vamos abraçá-las e fazer bom uso desse poderoso instrumento na nossa vida cotidiana, profissional, artística, acadêmica, religiosa, ateia, etc., etc., etc.
São apresentadas abaixo algumas palavras/expressões que, talvez, ofereçam alguma dificuldade na hora de grafá-las. Vamos a elas.

1. cerca de – Tem sentido de aproximadamente. Naquela sala estudam cerca de 30 alunos.

2. a cerca de - Se for empregada com a preposição a, indica distância no tempo e no espaço. Espaço: Encontrou-se o documento a cerca de vinte metros de onde estávamos. Tempo: Naquela ocasião estávamos a cerca de dois meses das eleições.

3. há cerca de – Equivale a faz ou existe. No pátio da loja há cerca de (existem) dez carros. Os alunos aguardam os resultados há cerca de (faz) duas horas.

4. acerca de – Tem sentido de sobre, a respeito de. Estavam discutindo acerca de escultura barroca.

5. mas – Equivale a porém, contudo. Esforçou-se muito, mas os resultados das provas foram decepcionantes.

6. mais – Indica intensidade. Clóvis foi o que mais se dedicou para realizar a tarefa.

7. más – É adjetivo com o sentido de maldoso, cruel, algo negativo. Há em qualquer lugar pessoas más. As más companhias devem ser evitadas.

8. ao encontro de – Essa expressão indica algo favorável, que aproxima. Meu amigo, ainda bem que sua opinião veio ao encontro da minha. Ou seja, as duas opiniões têm algo em comum.

9. de encontro a – Neste caso, a expressão indica oposição, choque. Infelizmente não posso ajudar na solução do problema, pois minhas ideias vão de encontro às do grupo. Ou seja, as ideias são contrárias, são antagônicas. É muito comum ouvir-se de homens públicos algo assim: Nós apoiamos fulano de tal porque suas propostas vêm de encontro aos anseios do povo. Pobre povo!

10. rubrica - Neste caso, a questão se refere à posição do acento tônico, uma vez que não há acento gráfico. Isto é, a palavra dever ser pronunciada com acento (tônico = sílaba mais forte) na sílaba – bri – e não na sílaba – ru –, o que forçaria a pronúncia RÚbrica e não ruBRIca, como deve ser.

Fica aqui, como convite para se fazer ou se ler bons textos, o conselho do mestre Drummond:

"Penetra surdamente no reino das palavras.
Lá estão os poemas que esperam ser escritos.
Estão paralisados, mas não há desespero,
há calma e frescura na superfície intacta.
Ei-los sós e mudos, em estado de dicionário."
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Mais uma vez, o Núcleo de Sujeito agradece a colaboração.

sexta-feira, 28 de outubro de 2016

Como desenvolver seus próprios métodos de ensino


 

E, ao ensinar, aprenda!


“E uma mulher que trazia o filho (pela mão) disse:

- Ensina lhe sobre sujeito."*


*** ***


( ) - Amados mestres, olhem bem de perto e com carinho para os livros, apostilas e todas e quaisquer lições que falam sobre sujeito e respondam: há possibilidade de um garoto do 6º ano, todo trabalhado nos games mais f****, dos últimos lançamentos e conhecedor de todas as funções dos Iphones, Ipads, Ipods, tablets, smartphones, androids, tablets e etc entender essas gramatiquices tão complicadas?!?!?


 

Vejam:



o sujeito é um dos termos essenciais da oração, geralmente responsável por realizar ou sofrer uma ação ou estado. Ele é o termo com qual o verbo concorda.” (pt.wikipedia.org/wiki/Sujeito).



* Sofrer uma ação – imagino que os alunos, vítimas da gramática (faixa etária entre 9 e 10 anos), entenderão tal explicação como “sofrimento relacionado à dor e tristeza”.



* O verbo concorda - (…) sem comentários .

*** ***

Com o propósito de ajudar...




Decidi criar um método simples e trocar regras e nomenclaturas por truques e linguagem cool - rsrs.



Certeza de que iria arrebentar, alcançar o objetivo, sanar dúvidas e conquistar o público-alvo, mas antes resolvi fazer alguns testes.



Sujeito escolhido como cobaia do novo método: O pobre do Heitor (kkkkk): 3º ano, nem sabia ler direito, mas se o método funcionasse com ele seria sucesso total com os demais estudantes.



 
1ª e Única Aula:




Aproveitei uma pequena caminhada até o mercado para que ele (cobaia)  não tivesse chance de fugir da 'sabatina'.



- Toy (apelido), preciso que me ajude num negócio muito importante!



- O que é?



Oba, ele se mostrou disposto!



Expliquei que precisava ajudar um menino a entender 'umas coisas' da escola.



- Quando o aluno vai para o 6º ano precisa aprender sobre sujeito. Você já ouviu falar?



- Não...



- É assim: igual a um jogo de esconde-esconde ou de adivinha – eu falo ou escrevo sobre alguém ou sobre alguma coisa, e você precisa descobrir sobre o que/quem eu estou falando – e este será o sujeito da história, certo?



( ) - Eu procurei dar uma explicação bem simples, com linguagem até infantil, de maneira que pudesse alcançar sua cabecinha de 7 anos. – Foi suave*, e eu comecei a “brincadeira”. A princípio, com frases curtas e fáceis mas com o propósito de ir complicando aos poucos.



- Então, vamos lá: se eu digo “a árvore caiu”, eu estou falando sobre o que?



- Fácil: você 'tá falando sobre uma árvore.



- Então, neste caso, o sujeito é 'a árvore', beleza? - Mas, e se eu digo “o menino caiu”, estou falando sobre quem?



- Ah, quem não sabe? Você está falando 'do menino'.



- Mandou bem, Toy! E o sujeito, então, é 'o menino', certo?



( ) - Sim. Ele entendeu o espírito da coisa, e o teste ia muito bem. Fiz mais duas ou três perguntas e achei que já era o momento de complicar um pouquinho e mandei esta:



- “O Heitor e a Maria gostam de sorvete.” - Estou falando sobre quem?



- Claro que é sobre nós dois, uai… e, já sei: tem dois sujeitos – eu e você. Agora chega dessa brincadeira. Ela é fácil mas é chata. Quando eu for do 6º ano eu brinco mais...


Foto: Giselle G.C.Freitas- 
Pedagoga
 - ... (Murry com o giz na mão!)


 

 

 

 

 

 

 Agradecimentos:


À Professora Giselle G. Cavalcante de Freitas - Pedagoga e proprietária do Instituto Presbiteriano Geração
 

segunda-feira, 24 de outubro de 2016

A gramática e o poeta...

Vamos curtir o poema enquanto aguardamos as surpresas/brincadeiras do Núcleo.

 

De Gramática e de Linguagem 

*Mário Quintana


E havia uma gramática que dizia assim:
"Substantivo (concreto) é tudo quanto indica
Pessoa, animal ou coisa: João, sabiá, caneta".
Eu gosto das coisas. As coisas sim!...
As pessoas atrapalham. Estão em toda parte. Multiplicam-se em excesso.

As coisas são quietas. Bastam-se. Não se metem com ninguém.
Uma pedra. Um armário. Um ovo, nem sempre,
(Ovo pode estar choco: é inquietante...)
As coisas vivem metidas com as suas coisas.
E não exigem nada.
Apenas que não as tirem do lugar onde estão.
E João pode neste mesmo instante vir bater à nossa porta.
Para quê? Não importa: João vem!
E há de estar triste ou alegre, reticente ou falastrão,
Amigo ou adverso...João só será definitivo
Quando esticar a canela. Morre, João...
Mas o bom mesmo, são os adjetivos,
Os puros adjetivos isentos de qualquer objeto.
Verde. Macio. Áspero. Rente. Escuro. luminoso.
Sonoro. Lento. Eu sonho
Com uma linguagem composta unicamente de adjetivos
Como decerto é a linguagem das plantas e dos animais.
Ainda mais:
Eu sonho com um poema
Cujas palavras sumarentas escorram
Como a polpa de um fruto maduro em tua boca,
Um poema que te mate de amor
Antes mesmo que tu saibas o misterioso sentido:
Basta provares o seu gosto.
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 * Mário Quintana - Pura delícia!

segunda-feira, 10 de outubro de 2016

Você sabe ler e escrever? - Uma olhadinha na ortografia


Palavras na ponta do lápis.

 

De volta ao Núcleo…


Finalmente, depois de merecidas férias e para “fazer jus” ao nome do blog, voltamos com um texto substancial e perfeitamente elaborado por quem entende.

Foi em conversa informal que nasceu a ideia de trazer para os sujeitos frequentadores deste núcleo uma palhinha diretamente da fonte do mestre* das palavras.

Falamos sobre problemas corriqueiros relacionados à grafia e uso de palavras e expressões e foi assim que o Núcleo ganhou este presente.


** Recebi por e-mail, com a seguinte observação:

- Nada há de novo, mas pode ser que alguém tire proveito do que escrevi.

e eu digo: - Para alguns será uma verdadeira aula. Para outros serão dicas valiosas. Aproveitem!

 
    
Prof. Me. Aldo Paula de Oliveira
"PALAVRAS...                                                         
(Prof. Me. Aldo Paula de Oliveira)
É provável que você já tenha lido e ouvido muito sobre o assunto escrever bem. Afinal, não faltam livros, revistas, jornais, sites, etc. que procuram dar dicas de como expressar-se de maneira adequada, falando ou escrevendo. Quando se trata de concursos públicos, vestibular e Enem, por exemplo, é comum que os candidatos procurem cursos especiais de português/redação, além das aulas de colégios e cursinhos visando ao aprimoramento de suas habilidades nessa área. 
 
O objetivo é claro: passar na prova e conseguir a vaga na Universidade ou o emprego no setor público, como certa estabilidade. Atingindo-se a meta, é comum que as preocupações com a “língua/linguagem” se desfaçam, tornando-se algo com importância apenas para alunos e concurseiros.

Bom seria, quem sabe?, que todos se dedicassem mais ao conhecimento da língua para fazer dela um instrumento de comunicação eficiente e eficaz, em todas as circunstâncias sociais e profissionais nas quais as pessoas se vissem envolvidas. Há, para isso, muitos e bons caminhos, embora Antonio Machado já tenha dito “Caminante, no hay camino,/ se hace camino al andar.” Ora, os poetas... mas, ainda bem que eles existem. 

Aqui, porém, não haverá aula, instrução ou dicas de como escrever com eficiência, mas, tão somente, uma listinha de palavras que podem causar embaraço, quando houver necessidade de transcrevê-las. Ei-las. 

* abaixo-assinado – Essa expressão deve ser usada quando se nomeia o documento, que traz uma série de assinaturas. Ex.: Entregamos o abaixo-assinado ao diretor do departamento comercial. 

* abaixo assinado – Nesse caso, a expressão, sem hífen, refere-se às pessoas que assinaram o documento, ou seja, o abaixo-assinado. Ex.: Nós, abaixo assinados, esperamos uma resposta do diretor do departamento comercial. 

* emanente – Esse termo vem de emanar, cujo significado é “ter origem em”. Ex.: O homem é emanente da vontade do ser criador. Esse perfume é emanente das flores do jardim. 

* imanente – Diz respeito àquilo que está, intrinsecamente, ligado à natureza de algo. Ex.: O sentimento religioso é imanente à consciência de cada indivíduo. 

* haver – Trata-se do verbo “haver”, equivalendo-se, às vezes, a existir. Ex.: Não duvidamos de que possa haver problemas com o carro. 

* a ver – É a locução formada pela preposição “a” mais o verbo “ver”. Ex.: O que disse o ministro da saúde nada tem a ver com a realidade da maioria dos brasileiros. 

* mal-humorado – Escreve-se com “L” e com hífen. Ex.: Meu colega Antônio Carlos estava mal-humorado hoje de manhã. 

* mau humor – Escreve-se com “U” e sem hífen. Ex.: O mau humor de Antônio Carlos deixou os colegas intrigados. 

* perda – É substantivo, significando privação, falta daquilo que se tinha. Ex.: Com a estiagem prolongada, a perda nas lavouras da região chegou a 20%. Dica: A palavra “perda”, geralmente, aparece antecedida de um determinante (a, uma, muita, pouco...) 

* perca – É a 3ª pessoa do verbo “perder”. Ex.: Cristiano, espero que você não perca a oportunidade que a escola está lhe dando.

Esperamos que você não perca oportunidades de se dedicar um pouquinho à língua portuguesa, sem mau humor, claro, porque pessoas mal-humoradas não percebem que se expressar melhor tem tudo a ver com a boa interação social.
Até."

      O Núcleo do Sujeito agradece a preciosa colaboração! 

terça-feira, 6 de setembro de 2016

Você combate ou alimenta a violência?

O Gato e a Dona Chica



Finalizei a noite lendo postagens aleatórias e divertidas e banners soltos pelas redes sociais.

… Foi assim que amanheci pensando no sujeito “Dona Chica”:
os gatos andam indignados e reclamando do bulling que eles sofreram uma vida inteira.
Têm toda a razão:  são vítimas, coitadinhos. Além da dor física há o deboche…

 A Dona Chica, como quem assiste a um espetáculo, apenas admira a expressão de dor do bichano. Ela gostava do que via.

Admirar: contemplar com espanto misturado de prazer.

Mas, e o sujeito que “atira o pau no gato”? 

 

(Quero deixar bem claro que, embora eu tenha repetido esta cantiga de roda durante toda a minha infância, nunca pratiquei nenhum ato de violência contra os gatos. Eu os amo descontroladamente) – pronto falei.
Voltando ao caso do “atirador de paus em gatos”, seu comportamento, digamos, estranho foi alimentado pela admiração da senhora Dona Chica que contemplava com espanto misturado de prazer (um show).

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Seria a violência, de certa forma, alimentada pela admiração velada das “Donas Chicas”?

Quem assiste à violência com admiração, alimenta o violento e, de certa forma, torna-se cúmplice dele.


quarta-feira, 24 de agosto de 2016

Para um respiro no meio da semana

Porque a semana chegou trazendo frio e eu estou encharcada de Thiago de Mello, na falta de "um bom lugar pra ler um livro", ofereço o blog e compartilho esta delícia de poema para dar um respiro aos que apreciam boas letras.
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Para os que virão...


Como sei pouco, e sou pouco,
faço o pouco que me cabe
me dando inteiro.
Sabendo que não vou ver
o homem que quero ser.

Já sofri o suficiente
para não enganar a ninguém:
principalmente aos que sofrem
na própria vida, a garra
da opressão, e nem sabem.

Não tenho o sol escondido
no meu bolso de palavras.
Sou simplesmente um homem
para quem já a primeira
e desolada pessoa
do singular
- foi deixando,
devagar, sofridamente
de ser, para transformar-se
- muito mais sofridamente -
na primeira e profunda pessoa
do plural
.

Não importa que doa: é tempo
de avançar de mão dada

com quem vai no mesmo rumo,
mesmo que longe ainda esteja
de aprender a conjugar
o verbo amar
.

É tempo, sobretudo, de deixar de ser
apenas a solitária vanguarda de nós mesmos.
Se trata de ir ao encontro.
(Dura no peito, arde a límpida verdade
dos nossos erros.)
Se trata de abrir o rumo.
Os que virão, serão povo, e saber serão, lutando

Thiago de Mello
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Thiago de Mello* - meu (outro) poeta preferido - porque tenho muitos...

terça-feira, 9 de agosto de 2016

O que faz com que alguém seja considerado estiloso?

                                                                                                                                               É difícil definir, mas todo mundo gosta de dizer que tem estilo e, com certeza
todos têm, ainda que não agrade ou não destaque.
Mas o que todo mundo a.d.o.r.a mesmo é ser chamado de estiloso
 

A questão do estilo

 



São características presentes na natureza de cada sujeito que determinam a sua maneira de se mostrar e/ou se comportar diante do outro e da vida.
Acredito que muitas destas características são inatas, algumas são adquiridas ou modificadas pela cultura, família, educação, religião e outras influências.
Diferentemente do que se pensa, o estilo de um sujeito pode ser percebido em todas as áreas da vida, e não apenas na maneira como se veste – O estilo é algo que vem de dentro, é pessoal e intransferível, mas pode ser modelado, polido e exteriorizado das mais diversas formas.

Mas, e o sujeito estiloso?

 

Ah, penso que ser estiloso é um outro estilo (rs), ou talvez seja uma arte sobre o estilo.
Todo mundo é estiloso em algum momento, quando inventa algo que enfeite seu modo de ser de forma encantadora ou mesmo extravagante.

Meu pai era estiloso no falar. Em conversas comuns, com qualquer pessoa, ele era estiloso.

O estiloso não copia – ele cria sobre a base do seu próprio estilo. Estiloso é o sujeito que se dá liberdade e brinca com a vida sem saber que está brincando.

É possível aprender

 

É possível desenvolver a confiança sobre si mesmo e trazer para o exterior o que você é por dentro. 
Ousar.
Tome como exemplo as crianças quando colocam seu próprio tempero na produção da mãe e se sentem à vontade e deslumbrantes.

sexta-feira, 29 de julho de 2016

terça-feira, 26 de julho de 2016

O que é possível fazer (ou saber) para quebrar a rotina e dissipar o tédio?



O dia a dia começa a ficar maçante e os afazeres pesam

Como é a sua rotina?



Não há criatura que não tenha experimentado uma situação em que o dia a dia começa a ficar maçante e os afazeres pesam.

Não há criatura… até os bebês, em algum momento se mostram entediados, manhosos, como se a mesmice (do berço?) lhes causasse incômodo .

Quando isto nos acontece, a primeira coisa que desejamos é quebrar a rotina.


Normal. Fugir da rotina é possível e necessário. Antes, porém, é preciso conhecê-la e ter com ela uma relação de amor e compromisso porque, observando bem, descobriremos que a mesmice também tem sua poesia.



Antoine Saint-Exupéry descreveu a rotina num belíssimo diálogo entre o pequeno príncipe e a raposa:



Teria sido melhor voltares à mesma hora, disse a raposa. Se tu vens, por exemplo, às quatro da tarde, desde as três eu começarei a ser feliz. Quanto mais a hora for chegando, mais eu me sentirei feliz. Às quatro horas, então, estarei inquieta e agitada: descobrirei o preço da felicidade! Mas se tu vens a qualquer momento, nunca saberei a hora de preparar o coração… É preciso ritos.”

(O pequeno príncipe - Cap. XXI)



E o Rei Roberto Carlos compôs, lindamente, uma ode* ao dia a dia de um homem qualquer



“(...)Estou chegando para mais um dia
De trabalho que começa
Enquanto lá em casa ela desperta
Pra rotina do seu dia(...)

O dia vai passando, a tarde vem
E pela noite eu espero
Vou contando as horas que me separam
De tudo aquilo que mais quero
Meu rosto se ilumina num sorriso
No momento de ir embora
Não posso controlar minha vontade
De sair correndo agora

O trânsito me faz perder a calma
E o pensamento continua
Pensando em minha volta muitas vezes
Ela vem olhar a rua
(...) - (ROTINA – Roberto Carlos)



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Só podemos quebrar a rotina se tivermos uma rotina, e qualquer atividade pode ser uma fuga prazerosa quando temos para onde voltar.
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Uma dica?



- Faça uma lista das atividades diárias – mas escreva com graça – e tente enxergar um poema no seu dia.



Pronto. Agora já podemos sugerir uma série de outros pequenos/grandes eventos para escrever no verso do seu poema.

Apenas uma sugestão



O que você sugere?

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Ode* - É uma composição poética, às vezes nem tanto, para ser cantada ou declamada(…)

quinta-feira, 21 de julho de 2016

Três passos simples para vencer a depressão e ser feliz



"Porque a vida é como uma roda gigante..."

Leia e inspire-se.


Para conseguir virar a página e continuar a própria história ela* se propôs um desafio.

Sentia-se infeliz e vazia.
Vazia de sonhos ou de qualquer outro sentimento que pudesse ser considerado motivação para a vida. Percebia-se um ser parado no tempo prestes a cair no poço da depressão. Porém, antes que isto acontecesse tratou de inventar algo que pudesse ser usado no lugar dos antidepressivos.

O que ela fez?
Primeiro pensou muito sobre o que poderia fazer por si mesma e então, se desafiou (gostei dessa parte):
* Enfrentaria um grande medo – difícil escolher entre tantos...
* Realizaria seu maior desejo – eram todos mirabolantes, como realizar um, sequer?
* Satisfaria sua maior necessidade – qual área da vida seria beneficiada?

É bem verdade que não foi nada fácil. Seu interior estava seco. Não existia vontade de nada. Foi preciso fingir que queria, mesmo sem querer e, quando pensou sobre isto criou para si um jogo e levou a sério a proposta. Riu de si mesma e começou a viver.

1 – Escolheu o medo da solidão – Para enfrentá-lo,entre tantas outras coisas, aprendeu a cantar: cantava no chuveiro, cantava cozinhando, cantava dirigindo… cantava qualquer coisa, desafinada, fora do ritmo, invencionices, mas cantava. Assim pode ouvir sua própria voz e até gostar dela...
Esta parte não termina por aqui.
É um projeto que ainda está em andamento mas com muitas histórias boas de ouvir: - saiu sozinha para festas; comprou uma orquídea e deu nome a ela; adotou um cachorrinho de rua; levou bolo meio queimado para a vizinha (rs); fez amizade com o vendedor de picolé; entrou num curso de idiomas e pretende viajar para o exterior com as colegas da classe.



2 – O maior desejo: viajar pelo mundo – Já está planejando a primeira viagem. Se vai realizar, de fato, não sabe ainda, mas enquanto isso, preenche seu tempo com os sonhos – “melhor do que antidepressivo”, disse.






3 – Necessidade número um: equilibrar-se psicologicamente/espiritualmente – Acreditou que atendendo a esta necessidade poderia satisfazer várias outras. Pensando assim, buscou orientação em ambas as áreas. Passou a frequentar grupos de apoio e com isto aumentou seu círculo de amigos. Aprendeu que esta será uma busca que exige esforço, determinação, vigilância por toda a vida.

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O que era pra ser uma encontro rápido de porta de banco, virou uma entrevista. Puxei a pessoa* para um sorvete e apliquei meu questionário. Adorei tudo!

Aqui estão três passos simples (nem tanto) para vencer a depressão e ser feliz.

- Enfrente um grande medo.
Identifique seus medos e busque meios de enfrentá-los – Invente, exercite sua criatividade.

- Realize seu maior desejo.
Não tenha medo do grande ou inatingível. A menos que seja fazer amor solto no espaço sideral, todos os desejos podem ser realizados – continue tentando.

- Satisfaça uma de suas principais necessidades.
Identifique-a e foque. 

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*A postagem de hoje foi inspirada em uma história real, encantadora. Certamente, me lembrarei dela pela vida afora

terça-feira, 12 de julho de 2016

Tempo de ser...


Se com o passar do tempo certas coisas devem ser deixadas de lado, também há de chegar a hora de abandonar ideais, sonhos e deixar de ser feliz (?)

Mas existem aqueles, GISELLE, que desafiam o tempo e seguem vida afora com o brisa da juventude a bagunçar seus cabelos…

Giselle - imagem cedida
Para você, menina de dread e mulher valente.
e para os núcleos de todos os sujeitos.
e para mim… hoje vai o poema do Gen. MacArthur - 1945


"SER JOVEM...
A juventude não é um período da vida;
ela é um estado de espírito, um efeito de vontade,
Imagem cedida por Giselle
uma qualidade de imaginação, uma intensidade emotiva,
uma vitória da coragem sobre a timidez,
um gosto da aventura sobre o amor ao conforto.

Não é por ter vivido certo número de anos que envelhecemos;
envelhecemos porque abandonamos o nosso ideal.

Os anos enrugam o rosto, renunciar ao ideal enruga a alma.

As preocupações, as dúvidas, os temores e os desesperos
são os inimigos que lentamente nos inclinam para a terra
e nos tornam pó antes da morte.

Jovem é aquele que se admira, que se maravilha
e pergunta, qual criança insaciável: - E depois?
Aquele que desafia os acontecimentos
e encontra alegria no jogo da vida.

És tão jovem quanto a tua fé;
tão velho quanto a tua descrença.
Tão jovem quanto a tua confiança em ti e em tua esperança;
tão velho quanto ao teu desânimo.

Serás jovem enquanto te conservares receptivo ao que é belo, bom e grande;
receptivo às mensagens da natureza, do homem e do infinito.

E se um dia teu coração for atacado pelo pessimismo
e corroído pelo cinismo,
que Deus, então, se compadeça de tua alma de velho."
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Autoria: General Mac. Arthur em 1945

terça-feira, 5 de julho de 2016

Um ritmo e um tom.


Professor Valter Graciano - Apresentação do Projeto FMC "mil violões"
Sobre música e sons eu ouvi de um mestre. Bem de acordo com as definições de Guimarães Rosa: aprendia sempre e sempre ensinava.
Aprendia porque, como ele mesmo dizia, não era “letrado”.
Não dominava bem a escrita, mas falava bonito. Cada palavra nova que caía em sua graça tratava logo de memorizar para usá-la onde fosse possível. Assim, ia colecionando frases que casavam muito bem com sua voz melodiosa de poeta sertanejo.

E o que ele ensinava?

De um tudo: ensinava sobre a vida… andar na rua, descascar laranja, cozinhar arroz, tabuada “de vezes”, falar baixo, falar firme, ouvir e respeitar opiniões, mas o que mais marcou sua vida de mestre foi a música: ensinou-a como ninguém…
Era rotina as noites de sarauzinho com as crianças - com direito a pedidos:

- Pai, canta a moda do Homem d'água?

Fazia parte da educação dos filhos o conhecimento básico sobre harmonia, melodia, ritmo e tom. Ninguém era obrigado a cantar com arte, mas era obrigado “educar o ouvido e a voz”.

- Como assim?

A explicação vem por conta do professor Valter Graciano*.
Betina e Jordana - Imagem cedida pelos pais Athos Prado e Letícia Sousa
Cantar com as crianças recém-nascidas e durante a primeira infância, trabalhar a musicalidade delas após a alfabetização, especialmente a compreensão de ritmos e tons, é equivalente a contar-lhes histórias.
Atividades envolvendo música podem contribuir de forma extraordinária no desenvolvimento cognitivo, psicomotor, social e afetivo da criança.
A música deveria fazer parte do curriculo escolar em todas as instituições de ensino.”
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O Ritmo

Raquel - Flor
Foi na infância que tive os primeiros contatos com a música. Aprendi apreciar o clássico e curtir o popular quando nem sabia as diferenças entre estas classificações ou o significado da palavra eclético.
Aprendi que a base da música está sobre o trio “melodia, harmonia e ritmo”, mas é este último que dá vida aos outros dois.
Penso que o elemento ritmo tem mais poder - faz música sozinho (só penso. Não ouso discutir com os mestres).
Se nada mais interessar à criança, insista no ritmo que está presente em todas as áreas da vida.


Como Assim?

Prof. João Graciano
Agora a lição é no compasso do professor João Graciano*:

RITMIZANDO
(João Graciano)

Posso até fazer um verso
sobre poesia ou canção,
dizendo que Deus pôs ritmo
em toda a sua criação.
Põe a mão, assim, do lado
e sente o bater compassado
do seu próprio coração.

No andar se vê o ritmo
ao se balançar os braços.
Vai uma perna, fica a outra
sempre no mesmo compasso.
E os braços balançantes
torna o andar elegante
enquanto se muda os passos.

O ritmo está em tudo.
Na poesia, na canção,
no andar, no respirar
no bater do coração.
E quando vamos cantar,
usamos as palmas pra louvar
o Deus da nossa salvação.
…………………………………………………………………………………………………………
Então, se você não toca nenhum instrumento e não canta com arte, assim como eu, resta-nos dizer:
- dancemos!

*Valter Graciano - Licenciatura em Língua Portuguesa/Inglesa e Literaturas e Professor de História da Música na Rede de Educação Claretiano

* João Graciano - Professor de Compiladores no Curso de Ciência da Computação - UniRV
                                    - Mestrando em Engenharia Mecânica